sexta-feira, 17 de junho de 2011

Todos querem ser jovens?

Ousadia, protagonismo, dinamicidade, coragem entre tantas outras características da juventude fazem com que ao longo dos anos, boa parte da população tenha o desejo de ser jovem novamente. O vídeo “We All Want to Be Young” que em português lê-se “Nós todos queremos ser jovens”, faz um resgate histórico de como as juventudes vem fazendo história e mudando o contexto mundial com seu jeito de ser e estar na sociedade.


Muitas gerações já marcaram época, hoje são apresentadas como a Geração Y ou Jovens Millennials, segundo a Sociologia, pessoas que nasceram entre os anos 1980 e 2000. É uma geração rápida, influente formadora de opinião e com constante necessidade de informação.

Podemos refletir sobre a imensidão e o impacto desta geração no Brasil, como nos deparamos com algumas estatísticas. Segundo o IBOPE, 73,9 milhões de brasileiros tinham acesso à internet no quarto trimestre de 2010 e que ainda 52,8 milhões da totalidade de internautas acessam a web de sua residência.[1] Os jovens andam cada vez mais conectados, o IBGE aponta que o acesso à internet aconteceu de maneira mais rápida entre os jovens.

“De 10 a 14 anos de idade, o porcentual de usuários de internet subiu de 51,1% em 2008 para 58,8% do total de 2009. Entre os adolescentes de 15 a 17 anos, a fatia de usuários de internet no total cresceu de 62,9% para 71,1%. Já entre os jovens de 18 a 19 anos, a proporção de usuários de internet subiu de 59,7% para 68,7%, no mesmo período.”[2]

A mudança de tempo e a era das redes sociais

Um papo com um amigo me fez pensar que há 20 anos escrevíamos cartas para nossos familiares, amigos, namoradas e colegas de classe. Era algo místico, simbólico, demonstração de cuidado e carinho. Hoje escrevemos e-mails, posts, sms, twittamos, deixamos scraps, curtimos fotos, mensagens e por aí vai. Temos dificuldade de escrever grandes e-mails, não é mesmo? E as cartas? Bem as cartas, agora são em outros formatos, evoluíram, e que bom esta evolução, sinal de que o mundo encontra-se em constante mudança. Mudança de paradigma, transformação de horizontes e formas de ver o mundo. Vivemos em tempos de redes sociais como Orkut, Facebook, Twitter e tantas outras...

Podemos destacar o crescimento das redes sociais no Brasil, utilizando o site de relacionamento Facebook. Segundo pesquisa publicada no mês de maio deste ano, organizada pelo site Social Bakers, especialista em estatísticas, o Brasil é o país que mais se desenvolveu em quantidade de usuários no Facebook. São mais de 19 milhões de usuários que já integram a rede social mais popular do mundo. Só no mês de maio o crescimento de participação no país foi de 11%, cerca de 1,9 milhão de usuários registrados no mês.[3] São jovens conectados com um mundo que transcende a barreira física. Jovens ligados a redes sociais imensuráveis. Plugados a um mundo infinito de informações.

Paulo Cesar Carrano, afirma que as redes sociais são como expressões de identidades múltiplas.[4] Identidades estas que são mais plurais do que nunca. As diversas formas da juventude se expressar não estão somente nas praças, bares, baladas e sim nas comunidades, perfis, páginas, sites e outros tantos espaços virtuais.

As redes sociais tem feito uma verdadeira revolução na comunicação em todo mundo. É olhar como as empresas, ONGs e os próprios governos têm buscado o acesso e a relação por meio desta ferramenta comunicacional. A população tem realizado muitas ações por meio das redes, como por exemplo pelo Twitter, com pressões populares, campanhas, mobilizações, protestos. Com certeza é um verdadeiro espaço de democracia, onde você tem liberdade para expressar sua opinião e dialogar com uma infinidade de pessoas.

Um dos desafios é continuar caminhando em meio a esta rede que mesmo sem querer nos conecta e faz parte de nossa vida. O ser jovem é mais do que nunca presente em nosso ser. O desejo de ser jovem é constante e intenso. Vivamos a juventude. Vivamos o desejo de viver!

Joaquim Alberto Andrade Silva

[4] CARRANO, Paulo C. R. “A sociedade em redes” in. NOVAES, Regina; PORTO, Marta (orgs.) Juventude, cultura e cidadania. Rio de Janeiro: ISER, 2002

segunda-feira, 13 de junho de 2011

De olho na II Conferência Nacional de Juventude

III EJNP - Arte: G.C.R.

“Já podaram seus momentos, desviaram seu destino [...] Mas renova-se a esperança, nova aurora, cada dia. E há que se cuidar do broto pra que a vida nos dê flor e fruto”.

Milton Nascimento

Com o tema Juventude, desenvolvimento e efetivação de direitos, e com o lema Conquistar direitos, desenvolver o Brasil, a II Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude (II CNJ) foi lançada oficialmente no passado dia 07 de junho e está prevista para acontecer de 09 a 12 de dezembro de 2011 em Brasília.

As atividades precedentes e o evento em si revestem-se de vital importância para o presente e o futuro das juventudes do Brasil, pois com a realização da II CNJ se pretende avançar no efetivo reconhecimento dos direitos das juventudes; na garantia de participação ativa destas no processo de discussão e elaboração de políticas públicas; na consolidação, articulação e integração das mesmas; e, consequentemente, no aproveitamento das potencialidades juvenis para o desenvolvimento do país.

O caminho rumo à plena cidadania juvenil já está sendo trilhado há tempos. A I CNJ, realizada em abril de 2008 e na qual houve grande envolvimento das bases de movimentos, grupos e organizações juvenis de todo o país, representou um marco histórico em todo esse processo e veio reforçar algumas bandeiras de luta erguidas havia tempo: o reconhecimento constitucional da juventude [1] (PEC 138/03), a aprovação do Estatuto da Juventude e a atualização do Plano Nacional da Juventude.

É necessário continuar com o pé no acelerador para que o carro dos direitos dos jovens continue sua marcha e chegue à meta desejada. Para isso, as ações mais oportunas a serem realizadas a partir de agora devem concentrar-se na busca de informações e de espaços que promovam a participação qualificada e bem representativa das diversas juventudes nas conferências livres, municipais e estaduais, conforme as indicações do próprio Regimento Interno da Conferência.

Além disso, é preciso estar atentos e unir-se aos movimentos nacionais que articulam a luta pela aprovação, em tempo oportuno, do Estatuto da Juventude e do novo Plano Nacional de Juventude.

Tomara que no final deste ano, em que celebramos por segunda ocasião o Ano Internacional da Juventude [2], possamos gritar e cantar com os jovens que acompanhamos: “Nossos direitos vem, nossos direitos vem! E se vem nossos direitos o Brasil ganha também!”.

Gustavo Covarrubias

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REFERÊNCIAS

CONSELHO Nacional de Juventude. Conheça o regimento da 2ª Conferência Nacional de Juventude. Disponível em: <http://www.juventude.gov.br/acontece/conheca-o-regimento-da-2%C2%AA-conferencia-nacional-de-juventude/>. Acesso em: 11 jun. 2011.



[1] A PEC (Proposta de Emenda Constitucional), aprovada no ano passado, assegura ao jovem entre 15 e 29 anos prioridade em direitos como saúde, alimentação, educação, lazer, profissionalização e cultura. Trata-se de direitos constitucionais já garantidos a crianças, adolescentes e idosos.
[2] Promulgado pela ONU em 18 de dezembro de 2011, o Ano Internacional da Juventude 2010-2011 tem como tema “Diálogo e entendimento mútuo” e como lema “O nosso ano, a nossa voz”.

Adolescência: outros olhares sobre convivência escolar

Arte gráfica: G.C.R.

A pesquisa e a reflexão parciais sobre adolescentes podem levar-nos a enxergar apenas os desafios que surgem da realidade da convivência dos adolescentes no ambiente escolar. Sem desconsiderar tais aspectos, que também são importantes, é preciso deter-se nas possibilidades de convivência, de harmonia, de solidariedade, de respeito, de vida que é possível vislumbrar no ambiente escolar com adolescentes a fim de ampliarmos o nosso olhar, qualificar ainda mais as nossas percepções.

Para enxergar e trilhar tal caminho, faz-se necessário reeducar a ótica do nosso olhar sobre os adolescentes; retirar as traves que impedem de enxergar a beleza e riqueza existentes nessa fase da vida; desfazer antigas rotas de situações em que foram vistos apenas as mazelas ditas e realizadas pelos adolescentes nas escolas; reconsiderar, refletir e transformar as ideias pré-concebidas e repassadas como verdades pela grande maioria dos professores e funcionários das instituições escolares.

Eis o que diz Mário Sérgio Cortella sobre a educação do nosso olhar:

É imprescindível não recusar o encontro com a admirável presença de um mistério que ultrapassa a mim mesmo, minha vida e este próprio mundo, mas do qual, surpreendentemente, me percebo nele e dele participo. E, mais ainda, sei e sinto não estar sozinho. Afinal, ser humano é ser junto. (2004, p.17)


Ora, para possibilitar esse encontro é preciso mergulhar no oceano do contexto escolar, deixando-se levar pelo olhar da humildade que nos faz ver nos adolescentes a presença de valores que nem sempre vivenciamos, mesmo tendo a pretensão de acharmos que sabermos tudo da vida.

Não se faz necessário uma análise complexa e total para serem constatadas situações em que os adolescentes dão um “show” de exemplos de superação dos desafios, de pequenos e grandes gestos de solidariedade, de acolhimento, de perdão, de responsabilidade, de tolerância, de respeito. Infelizmente, para este tipo de “show” não há espaço na mídia e nem mesmo nos discursos e conversas.

Talvez seja a correria do dia-a-dia que provoca uma deficiência no olhar e impede de ver gestos simples e corriqueiros, mas que são profundamente ricos de significado e de vida. Deveria chamar à atenção dos educadores a maneira respeitosa e acolhedora, com que alunos de 6º ao 9º anos se comportam enquanto são apresentados trabalhos numa área aberta de certa escola.

Sim, deveria chamar à atenção dos adultos da escola a capacidade dos alunos adolescentes serem sensíveis às dores físicas ou emocionais dos seus colegas, sobretudo quando eles abrem mão de um momento tão precioso, como o intervalo, para mostrar a sua solidariedade.

Por que não chama a atenção dos professores o fato de alguns alunos abrirem mão das suas ideias e propostas (também interessantes e possíveis de serem realizadas) e passam a aceitar como melhores e mais viáveis as ideias dos professores após um diálogo numa sala de aula? Deveria surpreender a capacidade de diálogo.

E o que dizer de algumas campanhas de solidariedade que são promovidas entre os alunos? Diga-se de passagem, em muitos casos, quem menos tem é quem mais quer dar. Mesmo quem não tem condições de oferecer coisas materiais em grande quantidade, dá o pouco que tem e também doa o seu tempo para ajudar a organizar as doações com disposição, prazer e alegria.

Do ponto de vista humanizador, defende-se a adolescência como o começo de um despertar para um mundo novo onde é possível ser ator/atriz principal da própria vida e, consequentemente, adquirir a capacidade de poder mudar a história. Por isso, como diz Paulo Freire (2002), “a prática educativa é tudo isso: afetividade, alegria, capacidade científica, domínio técnico a serviço da mudança ou, lamentavelmente, da permanência do hoje”.

Nessa mesma linha de raciocínio, na Revista Diálogo (2005, p.38), a autora do artigo Educando Corações e Mentes, cita Laez Barbosa Fonseca, que formula uma rica e singela conceituação de valores: “Valores são luzes que orientam as pessoas. São referenciais de vida humana. Ser pessoa significa conduzir a própria vida”. Por isso, é de suma importância o papel do educador nesse processo de humanização. Contudo, não se deve perder de vista os valores que o adolescente já traz consigo.

Conviver e trabalhar com adolescentes me leva a buscar, cada vez mais, entendê-los, compreendê-los e, sobretudo, colaborar no projeto de transmitir alegria, paz, entusiasmo, educação, igualdade de direitos, justiça, respeito, soma das diferenças individuais... Além de denunciar tudo o que impede o percurso dinâmico da vida.

Laugrinei Pereira
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Referências
CORTELLA, Mário Sérgio. A transcendência se mostra... Educamos nosso olhar? Diálogo, São Paulo, n.34, p.14-17, Mai. 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Saberes necessários à prática educativa. 30ª. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2002
SILVA, Yvone Maria de Campos Teixeira da. Educando corações e mentes. Diálogo, São Paulo, n.37, p.38-41, Fev. 2005.

quinta-feira, 9 de junho de 2011

Estudantes da Especialização em Adolescência e Juventude da Universidade Católica de Brasília lançam blogs

Salve, salve gente querida, boa tarde!

É uma grande alegria divulgar que os alunos da Especialização em Adolescência e Juventude da Universidade Católica de Brasília - UCB, desenvolveram a partir da proposta da disciplina de "Adolescência, Juventude, Comunicação e Linguagem", quatro blogs que estarão ao longo da disciplina e do próprio curso publicando conteúdos sobre a realidade juvenil.

Convido você a clicar nos links abaixo, dar uma olhada nos conteúdos, deixar recados, interagir com o grupo de alunos (do qual sou integrante).

Contamos com a sua participação e contribuição na divulgação!


juventudeevocacao.blogspot.com

juventudeapalavra.blogspot.com

Continuemos em unidade para que a juventude tenha mais vida e vida em abundância!

Forte abraço,
Joaquim Alberto Andrade Silva

quarta-feira, 8 de junho de 2011