Referências:
terça-feira, 31 de maio de 2011
Adolescência: trilhas, descobertas e o desafio de travessia
Referências:
segunda-feira, 30 de maio de 2011
Comunicação na sociedade pós-moderna
A ação de comunicar pode ser comparada com a de respirar (SANTOS, 2003. p. 9). A todo o momento as pessoas estão se comunicando, porém, nem sempre nos damos conta disso. Utilizamos a comunicação para apresentar ideias, sentimentos, persuadir, evangelizar, controlar, contar histórias. Ela está sempre presente na relação entre as pessoas.
Nos dias atuais vemos esta comunicação acontecer cada vez mais de forma diferente, de anos atrás. Deparamo-nos com mudanças constantes e rápidas de maneiras de interação e diálogo, principalmente no meio virtual. Com o advento da Internet a comunicação do ser humano mudou, na atualidade, tem mudado como nunca. São tantas formas, que é difícil de acompanhar o processo de atualização e conexão da comunicação virtual.
Podemos nos questionar de qual é a influência da mídia, da comunicação nas transformações sociais que acontecem em todos os cantos no mundo?
Os avanços tecnológicos fizeram com que a mídia avançasse de forma intensa e inovadora. Foi-se o tempo de que o único meio de informação diária era jornal, rádio ou televisão. Hoje recebemos a informação segundos após o acontecimento, seja por e-mail, em sites, ou de forma mais simples e instantânea, nas redes sociais.
Redes sociais que revolucionaram e ainda estão revolucionando a forma de fazer comunicação. Haja vista, a tendência empresarial de entrar neste ramo da comunicação virtual, tentando garantir o contato com seu público e atingir novos campos.
Podemos descrever que hoje estamos vivendo em uma “teia”, onde todos os meios de comunicação, antigos e novos, estão interligados. Teia esta que apresenta os inúmeros desafios da cultura midiática, com uma comunicação capaz de articular a sociedade e determinar culturas e comportamentos. Habitamos em uma comunidade global, conectada, plugada, seguindo e sendo seguida. Todos estão passíveis ao contato e imersos no mundo das redes, teias e espaços virtuais. (ALMEIDA, 2010. p. 109)
Diante do exposto, pode-se reafirmar a perspectiva apresentada no Documento 85 da CNBB, a respeito da cultura moderna e sua relação com a cultura pós-moderna:
“Nas últimas décadas, ao lado da cultura moderna vem-se fortalecendo a cultura pós-moderna. A pós-modernidade não é uma nova cultura que se contrapõe de modo frontal à modernidade. Constatam-se mudanças no cenário, grande velocidade e volume da informação, rapidez na mudança do cotidiano por parte da tecnologia, novos códigos e comportamentos. Devido à globalização e ao poder de comunicação dos meios eletrônicos, essas mudanças vêm penetrando fortemente no meio juvenil.” (CNBB. Evangelização da juventude, 2007. n. 12)
O meio juvenil, que hoje pode ser caracterizado por adolescentes e jovens, está cada vez mais inserido no contexto globalizado apresentado pela sociedade. Inserido nas tendências alienadoras de consumo desenfreado e desvalorizador dos valores humanos, éticos e morais. Quantos exemplos poderíamos relacionar e que fazem parte da grade de programação da televisão aberta, de sites e outros meios. São reality-shows dos mais variados tipos e programas que exaltam a violência e colocam o ser humano como objeto de consumo, desvalorizando-o como pessoa.
Joaquim Alberto Andrade Silva
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Referências:
ALMEIDA, João Carlos. Imagem & semelhança de Deus na mídia. São Paulo; Loyola, 2010. p. 115
CNBB. Evangelização da juventude: Desafios e perspectivas pastorais. Documentos da CNBB – 85. Brasília: Edições CNBB, 2007. n. 176.
SANTOS, Roberto Elísio dos. As teorias da comunicação: da fala à internet. São Paulo: Paulinas, 2003. p. 9
Jovens e Mídia: Davi versus Golias?
David vs Goliath. In: www.jeffooi.com |
Muitos desses educadores preferem “jogar a toalha” antes de tempo, assumindo a priori posturas derrotistas diante dessa espécie de “bicho-papão” e apelando para justificativas como estas: a indústria cultural que sustenta em grande parte as estratégias e as políticas informativas dos grandes meios de comunicação “impede a formação de indivíduos autônomos, independentes, capazes de julgar e de decidirem conscientemente”. (ADORNO, 1985 apud CAMACHO, 2010, p.44).
Contudo, reconhecendo que enfrentar o efeito “perverso” e alienador da mídia manipuladora e persuasiva representa quase que botar novamente na areia o pequeno Davi para que encare desproporcionalmente ao gigante Golias, é preciso ressaltar que “a emancipação das audiências, através de sua formação crítica e da diversificação da oferta midiática com a qual interagem, são, como a democracia, objetivos sempre atingíveis” (OROZCO, 1997 apud CAMACHO, 2010, p. 6, tradução nossa).
Márcio Gomes Camacho, em sua dissertação de Mestrado em Comunicação e Mercado, “Os jovens e a mídia: a formação crítica da Pastoral da Juventude”, indo além de uma visão pessimista dos meios de comunicação e acentuando a importância de fazer sempre a ponte entre virtualidade e realidade, reconhece que “a ‘experiência’ é, para os indivíduos, a chave da compreensão a respeito do que está se passando no mundo. Não basta mais apenas “saber” intelectualmente, racionalmente. A saturação de informações pela escrita, imagens e sons, sugere a experiência. O cotidiano, assim, nesse alucinante ritmo de vida, passa a ter uma importância de significações, compreensões, uma espécie de ‘laboratório’”[1].
Destarte, o desafio da emancipação de adolescentes e jovens face à Babel midiática exige, necessariamente, favorecer a sua inserção num processo teórico – prático de formação da consciência crítica.
Isso significa que, além de ajudar os adolescentes e jovens a desvendarem os mecanismos ideológicos (políticos e, sobretudo, culturais) da produção das informações, necessitamos promover a qualificação das mediações (grupos de relações, redes, tribos, condição social, etc.) nas quais eles se apoiam e os espaços educativos formais e informais em que eles convivem cotidianamente (escola, grupos de pertença, igrejas, etc.), ajudando-os a recriarem as informações recebidas e capacitando-os tecnicamente para que eles se tornem "produtores dos seus próprios meios de comunicação, ainda que muitas vezes estes sejam considerados "alternativos": informativos, sites e blogs da internet, rádios comunitárias, entre outros.